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ARTÍCULO
TITULO

Sazonalidade na comunidade de coleoptera em duas fitofisionomias de Caatinga

Rozileudo da Silva Guedes    
Fernando César Vieira Zanella    
Paschoal Coelho Grossi    

Resumen

Variações temporais nas condições climáticas e nos recursos tróficos têm forte influência sobre a abundância de insetos em ambientes xerófilos de Caatinga, sendo essa região semiárida tropical caracterizada por uma longa estação seca e uma chuvosa. Duas áreas características dessa região foram monitoradas quanto à variação sazonal na fauna de coleópteros, próximo a uma mata ciliar sempre verde e em vegetação xerófila caducifólia no Semiárido da Paraíba, determinados pelos distintos períodos de chuvas e de seca. Diante disso, investigou-se a variação sazonal de coleópteros próximo a uma mata ciliar em relação a uma área de vegetação xerófila em região de Caatinga no Semiárido da Paraíba. O objetivo deste estudo foi comparar a variação sazonal na abundância, composição e riqueza de espécies nessas duas fitofisionomias e, avaliando possíveis evidências de que ambientes mésicos sirvam como refúgio para ao menos parte das espécies durante o período seco. Amostras semanais com armadilha Malaise foram obtidas ininterruptamente durante quatro anos em cada área. Foi registrada uma forte variação sazonal na comunidade de besouros na vegetação xerófila, sendo encontradas diferenças entre os períodos chuvoso e seco no número médio de espécies e de indivíduos por amostra, mas mais próximo da mata ciliar não foram registradas diferenças significativas. A substituição de espécies entre amostras foi o componente que mais contribuiu para a diversidade beta em ambas as fitofisionomias. Os resultados encontrados quanto à variação na riqueza e abundância das espécies entre as estações seca e chuvosa corroboram evidências prévias do caráter fortemente sazonal da comunidade de besouros em vegetação xerófila na Caatinga, mas a ausência de variação significativa próximo à mata ciliar é interpretada como indicativo da importância de áreas mésicas como refúgio durante a estação seca nesta região semiárida, ao menos para algumas espécies. Devendo ser estudado cada grupo de espécies para confirmar o papel dessas áreas na dinâmica populacional e na manutenção de indivíduos adultos ativos durante o período seco.

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