Inicio  /  Ciéncia Florestal  /  Vol: 20 Núm: 3 Par: 0 (2010)  /  Artículo
ARTÍCULO
TITULO

A regeneração natural sob plantações florestais: desertos verdes ou redutos de biodiversidade?

Ricardo Augusto Gorne Viani    
Giselda Durigan    
Antônio Carlos Galvão de Melo    

Resumen

Se, por um lado, plantios florestais comerciais têm sido apontados como "desertos verdes", por outro, diversos estudos realizados nas últimas duas décadas demonstram o contrário, sugerindo que tais florestas podem catalisar a regeneração natural em seu sub-bosque e, assim, contribuir para a conservação da biodiversidade. Com a finalidade de obter uma visão ampla e multifacetada sobre as plantações florestais e seu potencial para a conservação e a restauração da diversidade biológica, efetuou-se a compilação dos principais resultados de estudos que tratam da regeneração natural sob plantios florestais, com destaque para os realizados no Brasil. Os resultados compilados são bastante heterogêneos, indicando que fatores históricos e ambientais, como densidade de copas e disponibilidade de luz no sub-bosque, idade do plantio, espécie florestal plantada, distância de remanescentes de vegetação nativa, manejo das florestas plantadas e histórico de utilização da área influenciam direta ou indiretamente a riqueza, a densidade e a estrutura da regeneração natural sob os plantios. No entanto, inevitavelmente, os estudos investigados reforçam a idéia de que plantios florestais comerciais podem funcionar como redutos da biodiversidade, ao menos para alguns grupos de seres vivos, e também como facilitadores da restauração ecológica de florestas nativas. Com relação ao Brasil, conclui-se que, embora abundantes, os estudos já feitos concentram-se em determinadas regiões e biomas e são, em sua maioria, descritivos. É desejável, portanto, a realização de estudos que investiguem experimentalmente os fatores específicos que influenciam a dinâmica da regeneração natural sob os plantios e sistemas de manejo que proporcionem uma combinação ótima de produção e conservação da biodiversidade. É desejável ainda que esses estudos abranjam também outras regiões fitogeográficas do País, onde plantações florestais também são expressivas.

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