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ARTÍCULO
TITULO

RESTAURAÇÃO FLORESTAL NA MATA ATLÂNTICA: PASSIVA, NUCLEAÇÃO E PLANTIO DE ALTA DIVERSIDADE

Bruna Elisa Trentin    
Daniela Aparecida Estevan    
Elson Felipe Sandoli Rossetto    
Mauricio Romero Gorenstein    
Gilmar Poser Brizola    
Fernando Campanhã Bechara    

Resumen

Devido à crescente degradação ambiental, entender o funcionamento das técnicas de reflorestamento e outras técnicas de restauração tornou-se substancial para embasar a recomposição destes ecossistemas degradados. O objetivo deste trabalho foi monitorar a vegetação de uma área em restauração através de três diferentes técnicas. A área possui 7,2 ha em floresta subtropical em Dois Vizinhos, estado do Paraná, Brasil e encontra-se a aproximadamente 20 metros de um fragmento de floresta secundária. O experimento foi delineado através de 12 parcelas com três tratamentos (T1-3), distribuídas em quatro blocos casualizados. T1: regeneração natural através da restauração passiva. T2: conjunto de técnicas de nucleação. T3: plantio de mudas através de linhas de recobrimento e diversidade (3 x 2 m). Para fins de amostragem, cada parcela foi dividida em 24 subparcelas. Com a finalidade de avaliar a presença de plantas, após dois anos e oito meses da implantação dos tratamentos foi realizado um levantamento em três subparcelas aleatórias para cada parcela, em que foram identificados e quantificados todos os indivíduos maiores que 50 cm de altura. A riqueza de espécies nativas foi acima de 87% em todos os tratamentos, enquanto a presença de espécies herbáceas foi maior na restauração passiva e a de lenhosas no plantio. As síndromes de dispersão mais comuns foram anemocoria e zoocoria. Através da comparação entre os indivíduos plantados e regenerantes dos três tratamentos, a técnica de plantio apresentou a maior diversidade de Shannon (3,017) com 148 indivíduos e 53 espécies, entretanto, não houve diferença significativa. Essa maior diversidade está associada ao grande número de espécies plantadas, mas ainda não há a facilitação da regeneração de espécies em seu sub-bosque, nesta idade. Analisando-se apenas os indivíduos regenerantes, o tratamento que obteve maior diversidade de Shannon foi a nucleação (2,078) com um total de 908 indivíduos pertencentes a 40 espécies, contudo, esta não foi estatisticamente diferente da restauração passiva (Shannon = 1,965) que apresentou 2.018 indivíduos pertencentes a 40 espécies. Os tratamentos mais similares floristicamente, foram a restauração passiva e a nucleação. A nucleação facilitou a regeneração natural de espécies (17 espécies plantadas e 40 regenerantes) enquanto a restauração passiva evidenciou alta resiliência, desta forma, a utilização da restauração passiva pode ser considerada uma eficiente alternativa, uma vez que seus resultados não se diferiram estatisticamente da nucleação, e a principal vantagem desta técnica é o custo reduzido.

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