Resumen
As alterações nas paisagens urbanas decorrentes do intenso processo de urbanização das cidades ocasionam perturbações no balanço de energia no sentido de haver maior quantidade de calor disponível para a promoção de aquecimento do ar a depender dos níveis de urbanização e das características ambientais e urbanas dos locais. A presente pesquisa tem como objetivo verificar como as diferenças espaciais e ambientais da malha urbana da cidade de Goiânia/GO afetam o comportamento espacial e temporal das variáveis climáticas temperatura e umidade relativa do ar em um mês de calor intenso na capital goiana (outubro de 2014). Para tanto, adotou-se a proposta teórico metodológica de Monteiro (1976), Sistema Clima Urbano (SCU), mais especificamente o subsistema termodinâmico. A escolha dos pontos de monitoramento das variáveis climáticas foi baseada na caracterização do sítio urbano e na classificação dessas áreas em Zonas Climáticas Urbanas (ZCUs). Ao todo, 5 pontos foram selecionados: dois deles localizados na porção mais densamente ocupada da cidade, mas com diferenças nos padrões construtivos, dois parques urbanos e um na periferia da cidade. A avaliação temporal e espacial das variáveis ocorreu em três horários do dia, às 6h, 14h e 21h e considerou: registros in loco de temperatura e umidade do ar; informações como saldo e perda energético em determinados períodos do dia; tempo máximo diário de aquecimento e desaquecimento e as amplitudes térmica e higrométrica. Os resultados obtidos apontaram variação espacial de temperatura e umidade do ar bem definida em resposta às diferenças de níveis de urbanização, dando-se maior aquecimento na área densamente urbanizada ausente de sombreamento de prédios ou de controladores naturais do campo higrotérmico e menor aquecimento na periferia e nos parques intraurbanos, em virtude da presença dos controladores naturais do campo higrotérmico