NÍVEL DE PROTEÇÃO TÉRMICA DA CASCA DE QUATRO ESPÉCIES LENHOSAS E A RELAÇÃO DA ARQUITETURA DA CASCA COM A TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Autores

  • Ailton Teixeira do Vale
  • Priscila Salomão Elias

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509816611

Palavras-chave:

transferência de calor, arquitetura e casca.

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/1980509816611

A casca é um tecido protetor do câmbio e a exposição a temperaturas acima de 60°C durante 1 a 2 minutos é um dos principais fatores que causam a mortalidade de árvores em incêndios florestais. Neste trabalho foi estudado o nível de proteção da casca, como isolante térmico, de três espécies do cerrado: Pterodon pubescens, Vochysia thyrsoidea e Sclerolobium paniculatum e do Eucalyptus grandis e a influência da arquitetura da casca na transferência de calor. Foram retiradas amostras na forma de painéis da casca de cinco árvores de cada espécie. Determinou-se o tempo necessário para que a temperatura no câmbio alcançasse 60ºC (temperatura letal) e o coeficiente de rugosidade (arquitetura) pela relação entre a área real e a área nominal da amostra. O Sclerolobium paniculatum, com menor espessura de casca, possui o menor tempo de resistência ao calor e o Eucalyptus grandis e o Pterodon pubescens os maiores tempos de resistência ao calor. A exceção foi a gomeira que com a maior espessura de casca possui um dos menores tempos de resistência ao calor. A espécie com maior correlação entre o tempo de resistência ao calor e a espessura de casca total foi o Sclerolobium paniculatum (r = 0,93). O Pterodon pubescens e o Eucalyptus grandis possuem r = 0,73 e r = 0,56, respectivamente, e a gomeira possui um baixo coeficiente de correlação (r = 0,34). A rugosidade da gomeira foi maior e diferiu significativamente das demais. No entanto, o coeficiente de correlação entre o tempo e a rugosidade não foi significativo para todas as espécies, sugerindo que o aumento da rugosidade não influenciou a transferência de calor através da casca.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BYRAM, G. M. Some basic thermal processes controlling the effects of fire on living vegetation. USDA Forest Service Southeast Forest Experiment Station, Res. Note, n.114, 1958. 2 p.

COLE, M. The Savannas, biogeography and geobotany. London: Academic press, 1986.

COUTINHO, L. M. Fire in the ecology of the Brazilian Cerrado. In: GOLDAMMER, J. G. (Ed.). Fire in the Tropical Biota - Ecosystem Processes and Global Challenges. Berlin: Springer-Verlag, p.82-105, 1990.

DAVIS, K. P. Forest fire: control and use. New York: John Wiley & Sons, 1959.

EITEN, G. The cerrado vegetation of Brazil. The Botanical Review, v.2, n.38, p.201-341, 1972.

ESAU, K. Anatomy of seed plants. 2.ed. New York: John Wiley & Sons, 1977. 550p.

FIEDLER, N. C.K.L. et al. Efeito de incêndios florestais na estrutura e composição florística de uma área de cerrado sensu stricto na fazenda Água Limpa-DF. Revista Árvore, v.28, n.1, p.129-138, 2004.

FROST, P. et al. Responses of savannas to stress and disturbance: a proposal for a collaborative program of research. Biology International. Special Issue. Paris: International Union of Biological Sciences, n.10, p.1-82, 1986.

FROST, P. G. H.; ROBERTSON, F. The ecological effects of fires in savannas. In: WALKER, B. H. (Ed.). Determinants of tropical savannas. IRL Press Limited, Oxford, p.93-140, 1987.

GAVA, J. L. et al. Influência da espessura da casca de Eucalytpus torelliana e Eucalyptus tereticornis sobre a variação da temperatura do câmbio durante a ocorrência de um incêndio florestal. IPEF n.48/49, p.126-132, 1995.

GUEDES, D. M. Resistência das árvores do cerrado ao fogo: papel da casca como isolante térmico. 1993. 113 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade de Brasília, Brasília-DF, 1993.

HARE, R. C. Heat effects on living plants. USDA Forest Service Southeast Forest Experiment Station, Occasional Paper, n.183, 1961. 32p.

KAYLL, A. J. A technique for studying the fire tolerance of living trunks. Canada: Department of Forestry, n.1012, 1963. 22p.

MENDONÇA, R. et al. Flora vascular do Cerrado. In: SANO S. M.; ALMEIDA S. P. (Eds.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, p. 288-556, 1998.

MIRANDA, A. C. et al. Soil and air temperatures during prescribed Cerrado fires in Central Brasil. Journal of Tropical Ecology, v. 9, p.313-320, 1993.

MIRANDA, H. S. et al. Comportamento do fogo em queimadas de campo sujo. In: MIRANDA, H. S. et. al. (Orgs.). Impactos de Queimadas em Áreas de Cerrado e Restinga. Brasília: ECL/Universidade de Brasília, p. 1-10, 1996.

MONTGOMERY, R. F.; ASKEW, G. P. Soils of tropical savannas. In: BOURLIÉRE, F. (Ed.). Tropical savannas. Amsterdam: Elsevier, p.63-78, 1983.

PEREIRA, B. A. S.; GUEDES, D. M.; VIANNA Jr. Correlação entre espessura da casca e diâmetro do tronco nas espécies do Cerrado. Congresso Brasileiro de Botânica, São Luiz, MA. Anais… 1993.

PINARD, M.A.; HUFFMAN, J. Fire resistance and bark properties of trees in a seasonally dry forest in eastern Bolivia. Journal of Tropical Ecology, v.13, n.5, p.727-740, 1997.

RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In: SANO S. M.; ALMEIDA S. P. (Eds.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, p.89-169, 1998.

SCOTT, J. D. An historical review of research on fire in South Africa. In: BOOYSEN, P. V.; TAINTON, N. M. (Eds.). Ecological effects of fire in South African ecosystems. Berlim: Springer-Verlag, p.53-65, 1984.

SEMARH – Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF. Caderno técnico: prevenção e combate aos incêndios florestais em Unidades de Conservação. Brasília: Athalaia, 2004. 96 p.

SILVA JÚNIOR, M. C. 100 árvores do cerrado - guia de campo. 1.ed. Brasília: Rede de Sementes do Cerrado, v.1, 2005. 278p.

SOARES, R. V.; BATISTA, A. C. Incêndios Florestais: controle, efeitos e uso do fogo. Curitiba: Ronaldo Viana Soares e Antonio Carlos Batista, 2007. 264p

SPALT, K. W.; REIFSNYDER, W. E. Bark characteristics and fire resistance: a literature survey. USDA Forest Service Southeast Forest Experiment Station, Occasional Paper, n.193, 1962. 19 p.

UHL, C.; KAUFFMAN, J. B. Deforestation, fire susceptibility, and potential tree responses to fire in the earstern Amazon. Ecology, v.71, n.2, p.437-499, 1990.

VALE, A. T. et al. Influência das propriedades da casca de Vochysia thyrsoidea na transferência de calor para o câmbio. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal, n.13, 2006.

VICENTINI, K. R. C. F. Análise Palinológica de uma Vereda em Cromínia-GO. 1992. 137p. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade de Brasília, Brasília-DF, 1992.

VINES, R. G. Heat transfer through bark, and the resistance of trees to fire. Australian Journal of Botany, v.16, p.499-514, 1968.

WRIGHT, S. J. & BAILEY, A.W. Fire Ecology. United States and Southern Canada. New York: John Wiley & Sons. 1982. 501p.

Downloads

Publicado

26-12-2014

Como Citar

Vale, A. T. do, & Elias, P. S. (2014). NÍVEL DE PROTEÇÃO TÉRMICA DA CASCA DE QUATRO ESPÉCIES LENHOSAS E A RELAÇÃO DA ARQUITETURA DA CASCA COM A TRANSFERÊNCIA DE CALOR. Ciência Florestal, 24(4), 979–987. https://doi.org/10.5902/1980509816611

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>