COMUNIDADES DE ÁRVORES NA FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL MONTANA DO PICO DO JABRE, PARAÍBA

Autores

  • Maria do Carmo Learth Cunha
  • Manoel Cláudio da Silva Júnior

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509835046

Palavras-chave:

espécies indicadoras, Twinspan, Upgma, Nordeste.

Resumo

O trabalho foi realizado n em uma floresta estacional semidecidual montana localizada no Parque Estadual do Pico do Jabre (06°02’12’’S e 34°45’12’’ W), entre Maturéia e Mãe D’água (PB), a 360 kmda costa e apresenta a maior elevação (1.197 m) no Nordeste setentrional. Teve como objetivo investigar a distribuição espacial de populações e suas relações com características ambientais locais, partindo-se da hipótese que a distribuição espacial das espécies arbóreas ao longo do gradiente topográfico configura comunidades floristicamente distintas. Para identificar comunidades foram aplicadas as técnicas UPGMA e TWINSPAN, complementadas com a avaliação de espécies indicadoras (VI), com significância do Valor de Indicação pelo teste de Monte Carlo. Os resultados apontaram duas comunidades florísticas: a de parcelas preservadas (PP) e a de parcelas alteradas e com rochosidade (PAR), ressaltadas pelos parâmetros fitossociológicos estimados para ambas. Registrou-se riqueza, diversidade e densidade distintas e baixa similaridade florística e estrutural entre as parcelas, o que caracteriza elevada diversidade beta entre as comunidades A análise de TWINSPAN apontou Byrsonima nitidifolia e Maytenus distichophylla como indicadoras de PP e Eugenia ligustrina, Erythroxylum mucronatum e Myrciaria floribunda como preferenciais, e Myracrodruon urundeuva e Sapium glandulosum como preferenciais de parcelas PAR. A análise de espécies indicadoras detectou cinco espécies indicadoras de ambiente preservado (PP) e três para ambientes alterado/rochoso (PAR), assim como diferenças florísticas e estruturais nas comunidades, formadas em função de alterações antrópicas e presença de rochosidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGRA, M. F. et al. Levantamento Florístico Preliminar do pico do Jabre, Paraíba, Brasil. In: PORTO, K. C.; CABRAL, J. P.; TABARELLI, M. (Ed.). Brejos de altitude de Pernambuco e paraíba: história natural, ecologia e conservação. Brasília: Ministério do meio Ambiente, 2004. p. 123-137.

ALMEIDA, H. S.; MACHADO, E. L. M. Relações florísticas entre remanescentes de Floresta Estacional Decídua no Brasil. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, n. 1, p. 648-650, jan./mar. 2007

ANDRADE, L. A. et al. Análise florística e estrutural de matas ciliares ocorrentes em brejo de altitude no município de Areia, Paraíba. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v. 1, p. 31-40, dez. 2006.

ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnaean Society, London, v. 161, n. 2, p. 105-112, 2009.

CARVALHO, F. A. Dinâmica da vegetação arbórea de uma floresta estacional decidual sobre afloramentos calcários no Brasil Central. 2009. 136 f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

CATHARINO, E. L .M. et al. Aspectos da composição e diversidade do componente arbóreo das florestas da Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia, SP. Biota Neotropica, São Paulo, v. 6, n 2, p. 1-28, maio 2006.

CUNHA, M. C. L.; SILVA JÚNIOR, M. C. Estrutura diamétrica e hipsométrica da Floresta Estacional Semidecidual Montana do Pico do Jabre, PB. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v. 7, n. 2, p. 292-300, abr./jun. 2012.

CUNHA, M. C. L.; SILVA JÚNIOR, M. C. Flora e estrutura de Floresta Estacional Semidecidual Montana nos estados de Paraíba e Pernambuco. Nativa, Sinop, v. 2, n. 2, p. 95-102, abr./jun. 2014.

CUNHA, M. C. L.; SILVA JÚNIOR, M. C.; LIMA, R. B. Fitossociologia do estrato lenhoso de uma Floresta Estacional Semidecidual Montana no estado da Paraíba, Brasil. Cerne, Lavras, v. 19, n. 2, p. 271-280, abr./jun. 2013.

CUNHA, M. C. L.; SILVA JÚNIOR, M. C.; LIMA, R. B. A flora lenhosa na Floresta Estacional Semidecidual Montana do Pico do Jabre, PB. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v. 8, n. 1, p. 130-136, jan./mar. 2013.

DUFRÊNE, M.; LEGENDRE, P. Species assemblages and indicator species: the need for a flexible asymmetrical approach. Ecological Monographs, New York, v. 67, n. 3, p. 345-366, aug. 1997.

FELFILI, J. M. et al. Diversity, floristic and structural patterns of cerrado vegetation in central Brazil. Plant Ecology, Netherlands, v. 175, n. 1, p. 37-46, jul. 2004.

FELFILI, J. M. et al. Floristic composition and community structure of a seasonal deciduous forest on limestone outcrops in Central Brazil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 611-621, out./dez. 2007.

FELFILI, J. M.; SILVA JÚNIOR, M. C. A comparative study of cerrado (stricto senso) vegetation in central Brazil. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 9, n. 3, p. 227-289, aug. 1993.

FERRAZ, E. M. N. et al. Floristic similarities between lowland and montane areas of Atlantic Coastal Forest in Northeastern Brazil. Plant Ecology, Netherlands, v. 174, n. 1, p. 59-70, may 2004.

FERRAZ, E. M. N. et al. Physiognomy and structure of vegetation along an altitudinal gradient in the semi-arid region of northeastern Brazil. Phytocoenologia, Stuttgart, v. 33, n. 1, p. 71-92, mar. 2003.

FERRAZ, E. M. N; RODAL, M. J. N. Caracterização fisionômica-estrutural de um remanescente de Floresta Ombrófila Montana de Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasílica, São Paulo, v. 20, n. 4, p. 911-926, out./dez. 2006.

GAUCH, H. G. Multivariate analysis in community ecology. New York: Cambridge University Press, 1982.

GUARATINI, M. F. G. et al. Composição florística da reserva municipal Santa Genebra, Campinas, SP. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 323-337, abr./jun. 2008.

GUARIGUATA, M. R.; OSTERTAG, R. Neotropical secondary succession: changes in structural and functional characteristics. Forest Ecology and Management, Netherlands, v. 148, n. 1-3, p. 185-206, jul. 2001.

HEMP, A. Continuum or zonation? altitudinal gradients in the forest vegetation of Mt. Kilimanjaro. Plant Ecology, Netherlands, v. 184, n. 1, p. 27-42, may 2006.

HUBELL, S. P. The unified neutral theory of biodiversity and biogeography. New Jersey: Princeton University Press, 2001. (Monographs on Population Biology, 32).

KENT, M.; COKER, P. Vegetation description and analysis: a practical approach. London: John Wiley & Sons, 1992.

LIMA, J. R. et al. Composição florística da Floresta Estacional Decídua Montana de Serra das Almas, CE, Brasil. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 756-763, jul./set. 2009.

LINARES-PALOMINO, R.; ALVAREZ, S. I. P. Tree community patterns in seasonal dry tropical forests in the Cerros de Amotape Cordillera, Tumbes, Peru. Forest Ecology and Management, Netherlands, v. 209, n. 3, p. 261-272, apr. 2005.

LOPES, C. G. R; FERRAZ, E. M. N.; ARAÚJO, E. L. Physiognomic-structural characterization of dry and humid-forest fragments (Atlantic Coastal Forest) in Pernambuco state, NE Brazil. Plant Ecology, Netherlands, v. 198, n. 1, p. 1-18, sep. 2008.

LOPES, W. P. et al. Estrutura fitossociológica de um trecho de vegetação arbórea no Parque Estadual do Rio Doce – Minas Gerais, Brasil. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 16, n. 4, p. 443-456, out./dez. 2002.

MAGURRAN, A. E. Ecological diversity and its measurement. London: Chapman and Hall, 1988. 256 p.

MARIN-SPIOTTA, E.; SILVER, W. L.; OSTERTAG, R. Long-term patterns in tropical reforestation: plant community composition and aboveground biomass accumulation. Ecological Application, New York, v. 17, n. 3, p. 828-839, apr. 2007.

MARTINS, S. V. et al. Distribuição de espécies arbóreas em um gradiente topográfico de floresta estacional semidecídua em Viçosa, MG. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 64, p. 172-181, dez. 2003.

MCCUNE, B.; MEFFORD, M. J. Multivariate analysis of ecological data v. 3.04. Gleneden Beach: MjM Softwear, 1997.

MEGURO, M. et al. Composição florística e estrutura das florestas estacionais decíduas sobre calcário a oeste da cadeia do espinhaço, Minas Gerais, Brasil. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 147-171, 2007.

MOURA, F. B. P.; SAMPAIO, E. V. S. B. Flora lenhosa de uma mata serrana semidecídua em Jataúba, Pernambuco. Revista Nordestina de Biologia, João Pessoa, v. 15, n. 1, p. 77-89, 2001.

MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, New York, v. 403, n. 6772, p. 853-858, feb. 2000.

MULTIVARIATE STATISTICAL PACKAGE. Multivariate Statistical Package. version 3.13. London: Kovach Computing Service, 2004. Disponível em: <http://www.kovcomp.com.>. Acesso em: 13 mar. 2007.

MWAURA, F.; KABURU, H. M. Spatial variability in woody species richness along altitudinal gradient in lowland-dryland site, Lokapel Turkana, Kenya. Biodiversity and Conservation, New York, v. 18, n. 1, p. 19-32, jan. 2009.

NASCIMENTO, C. E. S. et al. Phytosociology of the remaining xerophytic woodland associated to an environmental gradient at the bank of the São Francisco river – Petrolina, Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 26, n. 3, p. 271-287, jul./set. 2003.

OLIVEIRA-FILHO, A. T. et al. Análise florística do compartimento arbóreo de Floresta Atlântica sensu lato das bacias do leste (Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro). Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 56, n. 87, p. 185-235, 2005.

OLIVEIRA-FILHO A. T.; FONTES, M. A. L. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forest in Southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica, Washington, v. 32, n. 4b, p. 793-810, dec. 2000.

OLIVEIRA-FILHO, A. T.; MELLO, J. M.; SCOLFORO, J. R. S. Effects of past disturbance and edges on tree community structure and dynamics within a fragment of tropical semideciduous forest in south-eastern Brazil over a five year period (1987-1992). Plant Ecology, Netherlands, v. 131, n. 1, p. 45-66, jul. 1997.

PEIXOTO, A. L. A vegetação da costa atlântica. In: FLORESTA Atlântica. Rio de Janeiro: Alumbramento, 1991/1992. p. 33-41.

PEÑA-CARLOS, M. Changes in forest structure and species composition during secondary forest succession in the Bolivian Amazon. Biotropica, Washington, v. 35, n. 4, p. 450-461, dec. 2003.

PEREIRA, I. M. et al. Composição florística e análise fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo de um remanescente florestal no agreste paraibano. Acta Botanica Brasílica, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 357-369, jul./set. 2002.

PEREIRA, J. A. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.; LEMOS FILHO, J. P. Envitonmental heterogeneity and distrubance by humans control much of the tree species diversity or Atlantic Forest in SE Brazil. Biodiversity and Conservation, New York, v. 16, n. 6, p. 1761-1784, jun. 2007.

PEREIRA, M. S; ALVES, R. R. N. Composição florística de um remanescente de Mata Atlântica na área de proteção ambiental Barra do Mamamguape, Paraíba, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Campina Grande, v. 6, n. 1, p. 357-366, jan./jun. 2006.

RAMALHO, A. M. C. et al. Impactos ambientais culturais e estéticos no Parque Estadual do Pico do Jabre, Maturéia (PB). Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v. 2, n. 1, p. 35-56, 2009.

ROCHA, K. D. et al. Caracterização da vegetação arbórea adulta em um fragmento de floresta atlântica , Igarassu, PE. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v. 3, n. 1, p. 35-41, jan./mar. 2008.

RODAL, M. J. N. et al. Do the seasonal forests in Northeastern Brazil represent a single floristic unit? Brazilian Journal of Biology, Rio de Janeiro, v. 68, n. 3, p. 467-475, ago. 2008.

RODAL, M. J. N.; NASCIMENTO, L. M. The arboreal component of dry forest in northeastern Brazil. Brazilian Journal of Biology, Rio de Janeiro, v. 66, n. 2A, p. 479-491, may 2006.

SANTOS, R. R. et al. Estrutura florística de um remanescente florestal na Fazenda Ribeirão, município de Juvenília, MG, Brasil. Revista Caatinga, Mossoró, v. 24, n. 4, p. 154-162, out./dez. 2008.

SILVA, A. C. et al. Comparação florística de florestas inundáveis das regiões sudeste e sul do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 263-275, abr./jun. 2007.

SILVA, W. G. et al. Relief influence on tree species richness in secondary forest fragments of Atlantic Forest, SE, Brazil. Acta Botanica Brasílica, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 589-598, abr./jun. 2008.

SNEATH, P. H. A.; SOKAL, R. R. Numerical taxonomy. San Francisco: Freeman, 1973.

SOUZA, J. P. et al. Influence of soil fertility on the distribution of tree species in a deciduous forest in the Triângulo Mineiro region of Brazil. Plant Ecology, Netherlands, v. 191, n. 2, p. 253-263, aug. 2007.

SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO MARANHÃO. Pico do Jabre. João Pessoa: SUDEMA, 1994.

TAVARES, M. C. G. et al. Fitossociologia do componente arbóreo de um trecho de Floresta Ombrófila Montana do Parque Ecológico João Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, Pernambuco. Naturalia, Rio Claro, v. 25, p. 243-270, 2000.

THOMAS, W. W. et al. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de uma área transicional de Floresta Atlântica no sul da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 65-78, jan./mar. 2009.

TONIATO, M. T. Z.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. Variations in tree community composition and structure in a fragment of tropical semideciduous Forest in southeastern Brazil related to different human disturbance histories. Forest Ecology and Management, Netherlands, v. 198, n. 1-3, p. 319-339, aug. 2004.

TRIGUEIRO, E. R. C. et al. Indicadores biofísicos e dinâmica da regeneração degradação/desertificação no bioma Caatinga: estudo de caso no município de Tauá – Ceará. Revista Eletrônica do Prodema, Fortaleza, v. 3, n. 1, p. 62-82, jun. 2009.

TUOMISTO, H.; RUOKOLAINEN, K.; YLI-HALLA, M. Dispersal, environment, and floristic variation of western Amazonian forest. Science, Washington, v. 299, n. 5604 p. 241-244, jan. 2003.

XAVIER, K. R. F. Análise florística e fitossociológica em dois fragmentos de floresta serrana no município de Dona Inês, Paraíba. 2009. 60 f. Dissertação (Mestrado Pós-graduação em Agronomia) – Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2009.

Downloads

Publicado

16-12-2018

Como Citar

Cunha, M. do C. L., & Silva Júnior, M. C. da. (2018). COMUNIDADES DE ÁRVORES NA FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL MONTANA DO PICO DO JABRE, PARAÍBA. Ciência Florestal, 28(4), 1365–1380. https://doi.org/10.5902/1980509835046

Edição

Seção

Artigos