Resumen
Frente ao modelo de ?cidade-espetáculo? que, recorrentemente, relaciona a cultura à concepção de grandes projetos de entretenimento voltados para o turismo e o consumo, este artigo busca descortinar as múltiplas identidades territoriais e expressões culturais presentes nos espaços públicos da Zona Portuária do Rio de Janeiro, que ressignificam a paisagem urbana e sugerem outras ideias ou projetos de cidade. Investiga-se como se redefinem os campos de gravitação da experiência urbana, relacionada a coletivos culturais, frente às ações de ?valorização cultural? do atual projeto de ?revitalização? urbana ? Porto Maravilha; e como esses coletivos (in)corporam, produzem e reproduzem os espaços públicos, recriando constantemente identidades territoriais. Procura-se contribuir para o debate sobre participação no planejamento das cidades, reconhecendo a troca social e o conflito nas transformações urbanas. A cultura é estudada como campo de ressignificação do território e de debate sobre direitos, como o direito à cidade pensada de forma democrática, coletiva e horizontal.